sexta-feira, 23 de março de 2012

FRANCISCO ANYSIO DE OLIVEIRA PAULA FILHO E, MODESTAMENTE, EU

A TV em preto e branco, a luz da sala apagada, minha mãe tinha ido à igreja e eu deitado no sofá junto com meu pai, aos 4 anos e pouco de idade, acabando de ver as últimas cenas de "Pecado Capital" antes de começar um programa com um sujeito de mil faces. Eu não entendia nada, mas meu pai devia gostar, porque ria bastante. Eu gostava era daquelas mutações, do cara que era muitos - disso eu lembro porque me chamou muito a atenção. Vejam bem, falo de algo que aconteceu em Brasília (ai, meu Deus, onde mais?) já se vão uns 35 anos! Quer dizer que praticamente "nasci" vendo esse cara na televisão, nasci vendo seu Francisco e acabei vendo uma de suas últimas entrevistas no Estúdio J do Projac, onde gravamos sua participação imensa em "O que vi da vida". Respondendo a perguntas que ajudei a fazer. Craque não devia ter joelho. Humorista não deveria ter coração, pulmão, fígado, essas coisas que quando começam a falhar, mais atrapalham do que ajudam. Sobretudo um humorista que levava consigo mais de 200 vidas, 200 corações, 200 pulmões, 200 trejeitos... artigo raro, quiçá única no mundo. A memória vai e vem. Chico talvez não tivesse essa noção, mas ele fazia parte de minha vida. Da vida de muitos de nós. Era quase um membro da família. Muitos dizem que o Céu ficará mais alegre. Não me importo. Como ainda estou por aqui, sei que o mundo ficou mais merda. É mentira, Terta?